sexta-feira, 17 de julho de 2009



um querer bem
Há dias tão normais, que parece que você liga um piloto automático para chegar até o fim dele. Mas eis que, aos 45 minutos do segundo tempo, acontece uma coisa que te liga para a vida de novo. E o dia que passaria em branco, ganha um significado. Foi um acontecimento singelo, despercebido por quase todo mundo, mas que eu achei de uma beleza sem tamanho.
Estava na casa de uns amigos, quando o telefone do meu companheiro de sofá tocou. Era a namorada dele. Conheço-a faz pouco tempo, mas sei que está em uma fase tristonha. Na verdade, também não sei muito dele. Sei que eles estão juntos há um tempo razoável, momento em que aquele desassossego da paixão começa a passar e o relacionamento toma contornos mais rotineiros. Sei também que eles são novinhos, pouco mais de 18 anos. Mas é essa maturidade temporã, que faz o trechinho de intimidade, pescado por mim em meio a uma distração qualquer, ficar ainda mais bonito.
“Não é você que tem que se preocupar comigo, meu bem. Sou eu que preciso me preocupar com você. Mas de qualquer jeito, obrigado por ter ligado.”
Foi uma resposta de um bem-querer tão deslavado, tão sem vergonha, que que me deixou desconcertada. Uma sinceridade tão destoante, que fez um dia quase perdido, voltar a ter sentido. Deu gosto de viver nesse mundo.
*imagem: O passeio, de marc chagall

Um comentário:

Unknown disse...

Esse blog tá lindo.... to orgulhosa, meus bundinhas queridos.